O ex-juiz federal e agora também ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, foi responsável pela primeira prisão de um ex-presidente da República no Brasil. Quando ainda juiz, numa quinta-feira, dia 5 de abril de 2018, determinou a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em duas instâncias da Justiça no caso do triplex em Guarujá (SP). Moro derrubou a estrela do PT, a estrela que se gabava ser capaz de eleger até um poste, mas, da prisão, não conseguiu eleger Fernando Haddad em 2018.
O ex-juiz, enquanto era juiz da Lava Jato na primeira instância, condenou Lula em julho de 2017, começando a desmontar e desarticular o ex-presidente petista, que tendo, naquela época, conrmada a sua condenação e encerrados os recursos na segunda instância judicial, cou inelegível pela Lei da Ficha Limpa.
Sem querer diminuir o ex-presidente Lula (já votei nele e não tenho problemas em
declarar), com todo o respeito, me arrisco a dizer que naquele momento, Moro estava
matando Lula. Talvez, não enterrando, mas matando politicamente. Já o PT, Moro acabou
enterrando. Se estou certo ou errado, o tempo dirá!
ENTERRANDO BOLSONARO?
Mesmo ao apoiador mais fanático do presidente Jair Messias Bolsonaro (lembrando que votei nele e também não tenho problema em declarar), é inegável o impacto causado pelo pedido de demissão de Sérgio Moro, que deixou de lado o cargo de Ministro da Justiça.
Impacto majorado pelas acusações feitas pelo herói da Lava Jato ao presidente, quando justicava seu desligamento da estrutura do Governo Federal.
De acordo com Moro, o presidente o pressionava para ter acesso a informações sigilosas e, por este motivo, exigiu a troca o comando da Polícia Federal. Bolsonaro estaria preocupado com investigações sobre fake news e atos antidemocráticos envolvendo seus lhos e aliados.
A “parada” foi tão “violenta” que o presidente precisou reunir em seu torno todos os ministros do governo, em entrevista coletiva, para desqualicar os efeitos da demissão de Moro e suas acusações. Vários apoiadores de Bolsonaro, por todo o Brasil, começaram a declarar revolta ao presidente nas redes sociais.
Na noite de ontem, domingo (26), vi o presidente tentar por três vezes usar suas redes sociais para, mais uma vez, desqualicar Moro, após matéria veiculada pelo programa Fantástico, da Rede Globo. Não conseguiu por conta da qualidade da internet, que travou por várias vezes, nas três tentativas.
Impeachment de Jair Bolsonaro
As denúncias do ex-ministro Sérgio Moro deram gás a pedidos de impeachment contra o presidente, como os do PDT, do PSL (que elegeu Jair Bolsonaro) e o PSB, liderado pelo deputado Alessandro Molon.
Os lhos do presidente No Palácio do Planalto, todos temem que as revelações de Moro agravem e façam avançar ainda mais dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal, que andam sob sigilo, e que pelo andar da carruagem devem ter efeito de mísseis atingindo na cabeça os dois lhos do presidente: o vereador Carlos Bolsonaro, do Republicanos, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PSL. Já se fala em cassar os mandatos dos dois.
Infelizmente o Brasil caminha para outra crise, uma crise bem parecida com a que vivemos quando a ex-presidente Dilma foi afastada do cargo. E tudo indica que Moro, mais uma vez, será a peça chave no desenrolar da história moderna da política nacional. Após matar politicamente o ex-presidente Lula, em 2018, Sergio Moro pode ser o coveiro de Bolsonaro antes que 2022 chegue. Só nos resta aguardar, assistindo, pacientemente, a cada novo episódio da velha, nova novela do Brasil.
Informações O 4º Poder