“TER AMIGOS, É ENCONTRAR SEMPRE UM DELES, PRA LEMBRAR O SEU LEGADO”
Você sabia que a Regata de Outeiro começou no ano de 1979? E o seu grande idealizador foi o professor DEMERVAL MARTINS SANTOS? Pois é, conheça agora um pouco sobre essa belíssima história que entrou para os anais da Cidade como atração tradicional no município de Cedral do maranhão.
O ano era 1979, DEMERVAL MARTINS SANTOS, era professor da rede municipal, porém sempre teve essa paixão pelo mar, e pela pesca, principal profissão que impulsiona a economia local, do município, e foi assim que surgiu a ideia que inicialmente era apenas uma “brincadeira”, uma porfia entre amigos pescadores e que ao longo dos anos ganhou força.
Conhecidas apenas como, canoas, o meio de transporte mais tradicional do município usado pelos pescadores, era a embarcação que se tornaria anos mais tarde, o símbolo da regata, movimento que até então, era conhecido apenas por uma “brincadeira” entre os proprietários das canoas.
Assim que a data do evento marítimo se aproximava os brincantes iniciavam os preparativos, calafetando as tábuas com massa; estopa para a vedação e impedir a entrada da água no barco; costurando as velas; trocando os mastro; uma vistoria completa, da proa até a popa, como precaução para que a embarcação não apresentasse problema em alto mar.
O evento foi escolhido para acontecer em meados do mês de setembro, verão, vento forte que favorecia as velas das canoas, para chegar mais rápido no ponto de chegada, o percurso da porfia tinha início na região conhecida por Uritingaquara, os tripulantes usavam de todas as artimanhas encaravam muitas ondas para a embarcação ultrapassar o ponto de chegada, que ficava na “boca da barra”, região que balizava vantagem, indicava o vencedor da disputa.
Nas canoas além dos tripulantes, que controlavam os cabos de lastro, haviam sacos de areias, tudo era pensado para calibrar o peso e desenvolvimento da embarcação na água, as velas coloridas refletiam no mar num jogo de cores inebriante. Em terra firme estava uma multidão, que se dividia entre curiosos e torcidas além dos que aproveitavam para curtir um bom som das radiolas nos bares e clubes à beira-mar.
A outra parte da multidão aflita e agitada, esperava ansiosa da ponta da barreira, local privilegiado, de lá era observado o primeiro navegante apontar, de maré já vazante, rumo ao ponto de chegada. Os vencedores, eram recebidos como honrosa premiação, a bandeira do Brasil.
Os primeiros anos da Regata de Outeiro foram marcantes para uma geração que hoje lembra com apreço e saudade do evento que se tornou a marca fiel da região do povoado.
7 de setembro, por ser uma data cívica, o evento se adaptou e as formalidades que são de praxes, como o hasteamento das bandeiras, alunos em sentido cantavam os hinos e o desfile cívico da Escola Professora Rosa Ewerton acontecia em comemoração a data especial.
Haviam ainda diversas modalidades esportivas, e brincadeiras e competições faziam parte da manifestação cultural.
Uma data que se tornou, tradição com a contribuição da população e apoios do município, agradecimentos reconhecidos a todos que se esforçaram para manter vivo a festa, sem deixar de homenagear a mente brilhante à frente do seu tempo do nosso saudoso DEDÉ.
Texto Leorndandes Silva Santos adaptação Jeremias Ribeiro
POEMA PARA DEMERVAL MARTINS
Demerval, tu foste como o sol, tu parecias ter na aurora da tua vida pacata uma larga fronte, sempre a olhar para o horizonte, pois era isso o que querias, uma grande festa, uma grande regata.
De tanta inspiração e tanta lida, que os nervos convulsivos inflamavam, e ardiam sem conforto, em tudo que planejava, nas horas das ideias solenes da vida. E agora, o que resta? Uma saudade? Uma festa? O Demerval está morto? Não, não está morto o Demerval, ele continua vivo no coração de Cedral.
Texto do poema de Luíz Antônio de Souza Araújo. (Juca Araújo).
Minha homenagem aos valentes homens do mar os nossos pescadores. Ao povo amado de Outeiro, município e aos nossos queridos amigos visitantes.
Leorndandes Silva Santos (Nandinho)